sexta-feira, 26 de março de 2010

Contos aquecem as noites de Salvada


Está um frio de Inverno e ainda assim, no dia dos Reis, o Pólo da Salvada resolveu celebrar com chá, bolos e contos os presentes ao menino. A Ausenda Féria é a mestre de sala e a junta encheu-se  de idosos, adultos e crianças: a tia Anica, a D. Custódia, A D. Catarina , a D. Inês e os pequenitos Diogo, Rita , Luís.
Contamos contos e convidámos quem está na assistência para contar. Risos. Espanto. Os meninos pedem à Ausenda o da ovelha e o da carochinha e…chegam os homens do grupo coral para cantar os reis. São poucos, mas na sala todos ajudam. Ali na segunda fila uma voz melodiosa, antiga, destaca-se. Acompanha as vozes masculinas, mas ainda que discreta, destaca-se pela afinação. Chama-se a senhora Mariana Pacheco, mais conhecida por Mariana Bicho. Segura-me nas mãos e, entre risos e cumplicidades, conta-me de fugida duas belíssimas partes. Suspeito que esta mulher ainda vai dar que falar.


Passou um mês e desta vez, num sábado à tarde, mais um encontro na Salvada. O trabalho da Elsa vai caminhando e conquistando público para o Pólo. A sala voltou a encher e entre contos e cantos convencemos a D. Mariana Bicho a contar. Tapa na boca um sorriso envergonhado e conta. Tem ritmo, humor desenvoltura. Quando a sessão acaba e me sento ao pé dela para anotar dois ou três detalhes de rima. A conversa solta-se e vem o romanceiro cantado a preceito, os olhos molhados e o espanto pelo interesse de quem escuta. Sabe tanto esta mulher que me sinto de novo na idade dos porquês, embalada pela  sua voz. ( Taquelim )

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