Chegámos a Trigaches! A aldeia está deserta. A escola está fechada. Alguns foram a banhos , outros ficam pela terra dentro de portas, abrigados do calor
Hoje os lugares mais habitados da aldeia são a loja da Ana, de onde nos chegam as vozes das mulheres, e os bancos corridos na sombra do casario à entrada, onde os mais velhos, todos homens, passam a manhã calorenta.
A aldeia parece explodir de quietude e sol.
O violino da Ana Santos insiste em ressoar no silêncio das ruas. Resiste ao calor e teima em celebrar-se em qualquer sombra. Na sua fala moram histórias.
Só a sombra é testemunha desse permanente semear.
Só o arvoredo e quem debaixo dela se senta, amamenta , sabe o que ali acontece exactamente na hora em que a palavra e a música se juntam , para tocar o sensível.
Gratos à comunidade que nos acolheu do calor. Aos pais que autorizaram a partilha da imagem.
Gratos Ana Santos e ao seu teimoso violino.
Celebrando 10 anos de andar de Déu em Déu
30 de Agosto 2019
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