segunda-feira, 9 de junho de 2014

Num Corrupio à Roda da Saia!

O grupo de idosos da Cáritas de Beja aguarda calmamente pelas Conversas Andarilhas. A sala está cada vez mais cheia, cada vez há menos espaço para circular, a roda "redonda" alarga-se a cada sessão. Não pode crescer mais!
Hoje as conversas chegam em formato de “Corrupio”.

De dentro de um talego de pano tiro um livro, leio o título e pergunto: o que será um corrupio? O grupo responde:" é andar num corrupio, andar à pressa."
-Vamos olhar para a capa. Quais são as cores mais importantes desta capa? Vejam aqui uma moça com uma saia  vermelha. Que corrupio será este?

Esta história fala do desejo de uma moça. Leio: “Desde menina que Maria tinha um desejo: ter uma saia encarnada.”

Falamos sobre os desejos que tinham em jovens e inevitavelmente chegamos aos bailes, à passagem de criança para jovem e ao namoro. Voltamos à leitura do texto: “ (…) e foi ao mover o corpo num jeito de valsa que Maria percebeu que não era apenas uma saia encarnada.”

Os bailes são referidos como o lugar de encontro entre jovens, idosos, crianças e sobretudo o encontro da aldeia, uma festa que criava alegria e convívio entre as pessoas. Todos queriam estar bonitos para o baile, pois era onde as raparigas podiam mostrar as roupas, os penteados, mostrar o jeito com que acertavam o passo e a sua delicadeza na dança e onde os rapazes também cuidavam da sua aparência, do jeito de olhar para ser certeiro. Era ali que se começavam namoros. Depois do namoro no baile vinha o casamento... e depois a mulher punha o avental e pronto, acaba-se tudo! O rodar da saia mudava, não se dançava com a liberdade de criança e jovem, como antes. A aldeia parava o rodar da saia...

Continua no Diário de Bordo

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