segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Novo horário, novos percursos


Terminou o Verão e a Biblioteca Andarilha regressa ao horário habitual. Após algumas solicitações no âmbito de novas intervenções, a equipa técnica reuniu esforços no sentido de dar resposta a essas necessidades.
Para saber quando e onde vamos estar na Paragem de Leitura da sua Freguesia consulte a página de percursos e horários.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

A leitura como forma de inclusão

Robson Mendonça, de 60 anos, alimentou o sonho de melhorar de vida e criar uma biblioteca itinerante para pessoas que moram na rua.
Inspirado no livro "Revolução dos Bichos", de George Orwell, lançou mãos à obra e criou a Bicicloteca.

Saiba mais em: http://www.ecodesenvolvimento.org.br/posts/2011/agosto/um-morador-de-rua-a-favor-da-leitura

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Palavras ao largo …

… Escutaram-se na noite de contos realizada na Trindade, no passado dia 8 de Setembro, pela Biblioteca Municipal de Beja.
O sarau de estórias tradicionais teve como tecto as estrelas, e as arcadas da igreja como cenário, repletas de gente da aldeia. Crianças, jovens, adultos e idosos, não houve quem faltasse.
Cristina Taquelim, para quem as palavras são como pão para a boca, animou a noite, e fez brilhar os olhos dos populares, que nessa noite saíram à rua a fim de escutar os contos e as histórias maravilhosas.
Houve espaço para algumas leituras por Helena Ribeiro, que deu voz ao texto "O largo" de Manuel da Fonseca, que tão bem retata o meio rural para o qual se direcciona o trabalho da Biblioteca Andarilha.  
Já a lua ia alta quando a sessão terminou e...
                    ... ficou a promessa de regressarmos com mais estórias.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Memórias que se apagam com tempo


À medida que o tempo passa, aumenta o número de inscrições na Biblioteca Andarilha. As pessoas deixaram de olhar com desconfiança a carrinha que anuncia quinzenalmente a chegada das leituras em cada localidade, e vão ao seu encontro em busca de livros e notícias da actualidade que preencham o seu dia-a-dia.
Na passada semana, na Paragem de Leitura em Mombeja, veio a D. Mariana Antónia Raimundo  decidida a realizar a sua inscrição. No momento em que nos dava os seus dados pessoais, foi atraiçoada pela memória, que lhe pregou uma partida e fê-la esquecer a sua idade. Não preocupada com tal facto, a D. Mariana deu uns passos a sua casa e trouxe consigo o seu cartão de identificação que desbloqueou aquele entorpecimento da memória.
A todas as pessoas que pelo passar dos anos, se vão esquecendo de detalhes pouco importantes, dedicamos este poema:


Louvor do Esquecimento

Bom é o esquecimento.
Senão como é que
O filho deixaria a mãe que o amamentou?
Que lhe deu a força dos membros e
O retém para os experimentar.

Ou como havia o discípulo de abandonar o mestre
Que lhe deu o saber?
Quando o saber está dado
O discípulo tem de se pôr a caminho.

Na velha casa
Entram os novos moradores.
Se os que a construíram ainda lá estivessem
A casa seria pequena de mais.

O fogão aquece. O oleiro que o fez
Já ninguém o conhece. O lavrador
Não reconhece a broa de pão.

Como se levantaria, sem o esquecimento
Da noite que apaga os rastos, o homem de manhã?
Como é que o que foi espancado seis vezes
Se ergueria do chão à sétima
Pra lavrar o pedregal, pra voar
Ao céu perigoso?

A fraqueza da memória dá
Fortaleza aos homens.

Bertold Brecht, in 'Lendas, Parábolas, Crónicas, Sátiras e outros Poemas'
Tradução de Paulo Quintela